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PM suspeito de pistolagem responde por racismo e ameaça: “Eu te mato”

Preso sob a suspeita de ser assassino de aluguel do crime organizado, o cabo da Polícia Militar paulista Felício Pereira Alonso Soler, de 46 anos, responde também a um processo de racismo, ameaça e lesão corporal — originado em um boletim de ocorrência, registrado em novembro de 2022.

No documento, feito pelo plantão da Delegacia Seccional de São José do Rio Preto, interior paulista, Erculis Batista de Souza, de 41 anos, afirmou que o PM o ameaçou de morte, além de o chamar de “macaco”, na tarde de 20 de novembro de 2022.

Em seu relato, obtido pelo Metrópoles, a vítima afirmou que conversava com a filha na rua, em um bairro rural, quando “repentinamente” um Volkswagen Gol, azul, parou no local.

Do veículo desembarcou o cabo Soler que, de acordo com Erculis, empunhava um facão e um revólver calibre 38, cada qual em uma de suas mãos.

A vítima afirmou que foi atingida por um golpe de facão, nas costas, supostamente dado pelo PM — causando uma lesão leve. Na sequência, Soler teria apontado a arma de fogo contra o rosto da vítima.

A filha de Erculis, na ocasião com 16 anos, entrou na frente do pai, para impedir que ele eventualmente fosse baleado, ainda segundo o relato do pai dela à Polícia Civil.

O homem solicitou para que testemunhas acionassem a polícia, momento no qual Soler teria dito: “não vai dar nada, eu sou da polícia”. As ameaças e a suposta agressão chamaram a atenção, atraindo curiosos ao local, fazendo com que o PM saísse dali.

Antes de fugir, segundo Erculis, Soler teria ainda sentenciado: “Eu te mato, preto macaco, ainda essa noite”. A ameaça não se concretizou.

Filha da vítima

A filha de Erculis, atualmente com 18 anos, afirmou em depoimento que o pai estava agressivo, gritando com ela e a xingando no dia em que Soler supostamente agrediu, ameaçou e injuriou o pai da jovem.

Ela acrescentou “não se recordar” se o PM estava armado com um facão e um revólver, como afirmado por Erculis, alegando “estar em pânico com toda a gritaria”. A jovem acrescentou ainda desconhecer, na ocasião, que Soler era PM.

O processo segue em andamento, no Tribunal de Justiça de São Paulo, cuja última movimentação ocorreu na quinta-feira (26/6).

A defesa de Soler não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. À Justiça, seus advogados alegaram que o PM é inocente dos crimes a ele atribuídos por Erculis.

Grupo de extermínio

Como mostrado pelo Metrópoles, o cabo Felício Pereira Alonso Soler foi detido, no último dia 17, suspeito de assassinar Jefferson Caetano Barbosa, em março de 2023, crime que abriu uma série de seis homicídios na região de São José do Rio Preto — ocorridos até dezembro daquele ano — atribuídos a um grupo de assassinos de aluguel composto por PMs.

Em 29 de abril do ano passado a Corregedoria da Polícia Militar recebeu uma denúncia na qual policiais militares da região, subordinada ao 17º Batalhão do Interior (17º BPM/I), seriam membros de uma organização criminosa envolvida com agiotagem e homicídios decorrentes do empréstimo ilegal de valores.

Na ocasião, testemunhas protegidas indicaram como integrantes da organização criminosa os sargentos Saint Clair Soares, Rafael Soares e Alan Victor Soares. Eles foram presos, em maio deste ano, em cumprimento a mandados expedidos pela Justiça Militar.

O soldado Luís Guilherme Silva Pavani, do 17º BPM/I e mais um policial, cujo nome não foi confirmado pelo Metrópoles, também são alvo da investigação do órgão fiscalizador da corporação. Ambos estavam em liberdade até a publicação desta reportagem.

SSP e PM

Em nota a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a PM, por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM), apura “possíveis irregularidades” atribuídas aos policiais de São José do Rio Preto.

A corporação, disse, não compactua com excessos ou desvios de conduta por parte de seus agentes.

A pasta acrescentou que, com o avanço das investigações, representou junto à Justiça Militar adoção de medidas cautelares, deferidas em 21 de maio.

Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, além de 18 de busca e apreensão na ocasião.

 

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