A cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, “espalhava beleza e fé por onde passava”, disse um primo da mulher em uma postagem no Instagram.
A vítima, que era musicista, foi assassinada e teve o corpo carbonizado na tarde de sexta-feira (5/12), no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), no Setor Militar Urbano. O soldado do Exército Kelvin Barros da Silva, de 21 anos, confessou o crime e foi preso.
“Minha prima tinha um jeito único de enxergar o mundo. Adorava conversar. Sempre empolgada com a vida, sonhava alto e falava de suas conquistas com um brilho no olhar que iluminava qualquer ambiente”, disse Fabrício de Souza Lacerda.
“Musicista, artista, cristã — ela espalhava beleza e fé por onde passava”, completou.
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Reprodução
A vítima foi identificada como Maria de Lourdes Freire, 25 anos
Imagem obtida pelo Metrópoles
Ele também faz parte do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas

Maria de Lourdes Freire Matos
1º RCG/Divulgação
Kelvin Barros é soldado do Exército
Reprodução
Na mensagem feita em homenagem a Maria, o primo destacou também algumas palavras que vêm à sua mente ao pensar na Lulu, como era carinhosamente chamada: “Luz, talento, sensibilidade, família, fé e sonhos”.
Ao fim da homenagem, dois pedidos são feitos pelo primo: que “a verdade prevaleça” e “que a memória dela siga viva de maneira transformadora em cada pessoa que teve o privilégio de conhecê-la”.
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O crime
Maria de Lourdes era cabo do Exército, tendo ingressado há cinco meses para a vaga de musicista. Ela foi encontrada morta por militares do Corpo de Bombeiros (CBMDF).
Em depoimento à Polícia Civil (PCDF), Barros confessou a autoria e disse que o crime foi cometido após uma discussão entre os dois.
Segundo Barros, eles tinham um relacionamento extraconjugal. “Após uma discussão, em que a mulher teria exigido que ele terminasse com a atual namorada e a assumisse, conforme havia sido prometido pelo autor, a vítima teria sacado sua arma de fogo”, comentou o delegado Paulo Noritika.
“Ele teria segurado a pistola enquanto ela tentava municiá-la. Enquanto isso, ele conseguiu alcançar a faca militar da vítima, que estava em sua cintura, e a atingiu, profundamente, na região do pescoço”, detalhou o delegado.
A defesa da família da vítima de feminicídio nega que havia relacionamento da vítima com o seu assassino. “É falso que Maria mantivesse qualquer relação com o agressor”, disse o escritório que faz a defesa da família da vítima em nota divulgada nas redes sociais.
Noritika afirmou ainda que a vítima foi encontrada com a arma branca no local da lesão. “Depois disso, no desespero, ele pegou um isqueiro e álcool, incendiando o local onde está sediada a fanfarra e fugiu do local, levando a pistola consigo e se desfazendo dela”, disse. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar as chamas.
A família acredita que o fato de Maria ser cabo e ter uma posição hierárquica superior a Kelvin, que era soldado, possa ter motivado o crime.