Em discurso de menos de seis minutos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez quatro acenos ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que também é secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A fala aconteceu durante a Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte), da qual o ex-presidente participou ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, integrantes do primeiro escalão do governo estadual e parlamentares. Kassab foi o primeiro a ser cumprimentado por Bolsonaro.
“Cumprimentar aqui o Kassab, presidente do maior partido do país, depois do PL”, disse Bolsonaro.
Logo depois, o ex-presidente se dirigiu ao líder do PSD para projetar um cenário favorável ao bolsonarismo nas eleições de 2026. “Eu tenho dito, Kassab: Me deem 50% da Câmara, 50% que eu mudo o Brasil. O outro 50% fica com o PSD, fica com o PR, fica com os partidos aí”, afirmou.
O terceiro aceno foi quando Bolsonaro disse que outros partidos, além do PL, têm bons quadros. “Não é só o PL, não. O PSD tem gente boa, o PR, tanta gente”, em referência ao PSD, presidido por Kassab, e ao Republicanos, partido de Tarcísio de Freitas, que já teve o nome de PRB.
A última citação a Kassab foi em uma fala de exaltação ao governador de São Paulo. Bolsonaro disse que o “flamenguista” Tarcísio aprendeu rapidamente sobre a realidade paulista.
“Na política já aprendeu 95%, só falta 5%. Depois eu dou umas aulas particulares para você. Se é que você não tem um pouco com o Kassab”, afirmou o ex-presidente.
Os acenos de Bolsonaro a Kassab representam uma mudança de rota na relação entre eles. Há algum tempo, o ex-presidente tem feito demonstrações públicas de que busca uma aproximação com o presidente do PSD, depois de uma série de indiretas e troca de farpas públicas entre ambos.
Em 6 de abril, num ato na Avenida Paulista que pedia apoio ao projeto de lei que pedia a anistia de envolvidos nas invasões do 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro já havia falado que tinha conversado com Kassab sobre um apoio à proposta.
