O Distrito Federal tem o maior rendimento médio e a menor taxa de analfabetismo do país, segundo a pesquisa da Síntese de Indicadores Sociais divulgada nesta quarta-feira (3/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa anual, que sistematiza informações sobre a realidade social do País sob a perspectiva das desigualdades, abordou temas dos eixos Estrutura Econômica e Mercado de Trabalho; Padrão de Vida e Distribuição de Rendimentos; e Educação.
O estudo mostra que a capital federal mantém o maior rendimento médio real do trabalho principal do país (R$ 4.889) e a menor taxa de analfabetismo (1,8%), mas registra o maior índice de Gini (0,547) da distribuição do rendimento domiciliar per capita da Região Centro Oeste, que sinaliza alta desigualdade de renda, além disso 15,3% da população tem rendimentos abaixo da linha da pobreza, enquanto a taxa de desocupação caiu para 9,7%, sendo a terceira queda anual seguida.
Segundo o IBGE, o indíce Gini mostra que o DF tem a maior desigualdade na distribuição de rendimentos entre as unidades da federação do país.
Rendimento
Em 2024, os brancos ganhavam, em média , 2,4 vezes (R$ 7.757) mais que a população de mulheres declaradas pretas ou pardas (R$ 3.170). Os resultados indicam uma desigualdade estrutural, dado que esses diferenciais foram encontrados em todos os anos da série, de 2012 a 2024.
A fim de trazer mais elementos para a investigação da desigualdade de rendimento no mercado de trabalho foram adicionados os recortes por número de horas trabalhadas e nível de instrução.
Em 2024, a população ocupada na capital federal recebia rendimento-hora médio real habitual do trabalho principal de R$ 30,80, sendo de R$ 51,60 para os de ensino superior completo e R$ 13,60 para os sem instrução ou fundamental incompleto, evidenciando grande diferença de rendimento-hora médio no recorte por nível de instrução.
Quando se fala em rendimento domiciliar per capita por sexo, foi observada uma divergência entre os rendimentos de homens (R$ 3.392) e mulheres (R$ 3.178). Essa diferença foi ainda mais acentuada por cor ou raça.
Os brancos são os que têm os maiores rendimentos (R$ 4.443), valor 73,2% maior do que o dos pardos (R$ 2.565) e 88,2% maior do que o de pretos (R$ 2.361) em 2024.
Analfabetismo
O Plano Nacional de Ensino (PNE) estabelece, em sua Meta 9, o objetivo de erradicar o analfabetismo na população com 15 anos ou mais até 2024. Em 2024, segundo a PNAD Contínua, a taxa de analfabetismo da população brasileira com 15 anos ou mais era de 5,3%. O Distrito Federal apresentou a menor taxa de analfabetismo entre as unidades da federação, em 2024, com 1,8%.
Segundo os dados do módulo ampliado de Educação da PNAD Contínua 2024, a distribuição percentual das pessoas de 25 anos ou mais de idade por nível de instrução, no Distrito Federal, foi maior para o nível superior (38,9% das pessoas), seguido pelo ensino médio completo (28,5%), e em terceiro, 14,4% tinham o ensino fundamental incompleto.
O Distrito Federal apresentou o maior percentual entre os estados com pessoas de 25 anos ou mais de idade com nível superior completo,
quase o dobro da média nacional de 20,4%; e um aumento de 7,6 pontos percentuais em relação a 2016 (31,3%).
Em relação a proporção de pessoas de 18 a 29 anos de idade com no mínimo 12 anos de estudo, o Distrito Federal apresentou o maior percentual (84,5%) entre as unidades da federação, em 2024. Sobre esse mesmo dado, houve um aumento de 13,1 pontos percentuais quando comparado a 2016 (71,4%).