Um novo estudo indica que um composto presente em frutas como o tomate e a melancia pode reduzir o acúmulo de gordura e diminuir o peso. A pesquisa foi apresentada no American Physiology Summit no dia 25 de abril.
A investigação feita por cientistas da Northern State University, dos Estados Unidos, indicou que o licopeno, pigmento natural vermelho presente no tomate, na melancia e em outros alimentos, pode ajudar a prevenir o ganho de peso ao melhorar o funcionamento do fígado.
A descoberta foi feita a partir de experimentos com peixe-zebra, espécie usada com frequência em pesquisas biomédicas por possuir um metabolismo semelhante ao humano. Os testes mostraram que o composto antioxidante favorece a quebra de gorduras no fígado e melhora o funcionamento do corpo mesmo sob uma dieta rica em gordura.
“Observamos a formação de mecanismos de prevenção da obesidade. Como os tomates são uma fonte rica do antioxidante licopeno, estamos avaliando se a proteção em peixes suplementados com tomate decorre, em parte, da redução da inflamação no fígado”, afirmou a bióloga Samantha St. Clair, líder da pesquisa.
Efeitos rápidos no metabolismo hepático
O licopeno é produzido naturalmente por plantas e também vendido em forma de suplemento alimentar, embora a eficácia da substância em pó ainda não ter sido averiguada.
A equipe testou os efeitos do composto em diferentes formas: extrato de tomate, combinado ao estrogênio isolado e licopeno puro.
Segundo os resultados adiantados pelos pesquisadores durante o evento, os efeitos no metabolismo dos animais apareceram em apenas uma semana e em todos os casos foram benéficos, mas em diferentes níveis.
Peixes alimentados com gordura e extrato de tomate apresentaram menos ganho de peso do que aqueles que receberam estrogênio com a mesma dieta. A combinação de licopeno com estrogênio, porém, reduziu os níveis de açúcar no sangue, sugerindo melhora na atividade hepática.
Tomates são uma das principais fontes de licopeno
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Outras frutas como a melancia e a pitanga também são ricas em licopeno
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O repolho roxo também é uma fonte de licopeno
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Tomates, melancias e metabolismo
A relação entre licopeno e metabolismo está longe de ser totalmente compreendida. Os cientistas agora investigam como os alimentos ricos nesse composto interferem em vias hormonais semelhantes às ativadas pelo estrogênio.
A comparação com o estrogênio partiu de um estudo anterior que mostrou como o hormônio impedia a obesidade em peixes superalimentados. Isso levou a equipe a investigar compostos naturais que atuassem em vias metabólicas similares.
O licopeno
Embora os mecanismos ainda não estejam bem entendidos, uma coisa é certeza: mal, o licopeno não faz. Além de atuar no fígado, a substância é um antioxidante natural que possui efeitos benéficos para o organismo como um todo.
“O licopeno é um carotenoide encontrado no tomate, goiaba vermelha, melancia, pitanga, mamão, pimentão vermelho, caqui e repolho roxo. Ele tem uma alta capacidade antioxidante e neutraliza os radicais livres gerados até pela exposição solar”, explica a nutricionista Adriana Stavro, de São Paulo, que não participou da pesquisa.
Com o aumento da obesidade em escala global, os resultados levantam novas possibilidades. Embora ainda em fase inicial, os achados sugerem caminhos viáveis para prevenção da doença a partir de alimentos comuns na dieta de muitas populações.
A equipe planeja expandir os testes para entender como diferentes tipos de tomate influenciam o metabolismo dos peixes-zebra e para frações específicas do conteúdo de licopeno.
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