Uma disparada na cotação internacional do petróleo é o reflexo mais esperado nos mercados para os ataques realizados pelos Estados Unidos contra as as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan, no Irã, no sábado (21/6). No limite, para alguns analistas, a nova dinâmica do conflito pode tirar a commodity do atual patamar dos US$ 77 e lançá-la para os US$ 100 por barril.
Desde o início da retomada dos confrontos no Oriente Médio, em 12 de junho, quando Israel lançou seus primeiros ataques contra o Irã, o preço do petróleo só faz aumentar.
No dia seguinte ao início do choque, o preço do petróleo chegou a disparar 13%. Essa foi a maior alta para uma única sessão em 3 anos, desde 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia e deu início a uma guerra travada até hoje.
Na quinta-feira (19/6), a cotação do barril do tipo Brent, que serve de referência para o mercado global, se aproximou de US$ 79 com o acirramento do conflito. Para dar uma ideia do que esse valor representou, sete dias antes, os contratos futuros da commodity eram negociados a US$ 69. Ou seja, houve um salto de 14% em uma semana.
Na sexta-feira (20/6), porém, o mercado acalmou-se justamente diante da perspectiva de que os EUA não se envolveriam diretamente nos combates. Assim, no último fechamento do mercado, o mesmo barril do tipo de Brent, com vencimento em agosto, registrou queda de 2,33%, a US$ 77,01, na Intercontinental Exchange (ICE).
Alta iminente
Agora, a estimativa é de uma alta iminente da cotação na segunda-feira (22/6), o que – se sustentada – pode puxar elevações de preços de toda sorte, que vão dos fretes de transportes a produtos nas gôndolas dos mercados (leia mais sobre os efeitos da alta do petróleo na economia neste link). Para especialistas, contudo, a manutenção da alta depende da reação aos ataques diretos dos EUA por parte do Irã.
Outro fator que pode balizar o preço do petróleo nos próximos dias é a situação do Estreito de Ormuz, entre o Golfo de Omã, ao sudeste, e o Golfo Pérsico, ao sudoeste. A região é um ponto estratégico para a circulação marítima, vital para o escoamento de cerca de um quinto do petróleo mundial. Isso vale não só para cargas do Irã, mas para o petróleo de pesos-pesados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).